Quando surgiu a lista dos nomeados aos Oscars eu fiquei
particularmente curiosa para ver este filme. O poster é muito apelativo e
o trailer na altura também. Para muita pena minha o filme não foi lançado por cá
à época e por isso na altura dos Oscars não o consegui ver. Mas não descansei
até lhe pôr os olhinhos em cima. E, confesso-vos, gostei muito deste filme, não
desiludiu nada e recomendo a todos.
Courgette é uma
alcunha curiosa para um rapaz de nove anos. Porém, a sua história única é
surpreendentemente universal. Após o desaparecimento da sua mãe, Courgette
torna-se amigo do polícia Raymond, que o acompanha ao orfanato, cheio de outros
jovens da sua idade. No início, tem de lutar para encontrar o seu espaço nesse
ambiente estranho e por vezes hostil. Mesmo assim, com a ajuda de Raymond e dos
seus novos amigos, Courgette acaba por aprender a confiar e pode ser que
encontre o verdadeiro amor.
Courgette, um menino de nove anos, vivia com a mãe alcóolica
e gostava de lançar papagaios. Um dia uma tragédia acontece e a mãe morre e ele
é levado por um polícia muito simpático para um orfanato. Lá ele conhece outros
meninos que infelizmente também vivem lá por motivos não tão bons. A princípio
tudo parece correr mal, mas à medida que o tempo passa, Courgette vai
conhecendo os outros meninos e entres vai nascendo uma amizade tudo começa
a melhorar. E este é um filme tão especial.
Começo logo por falar nas qualidades técnicas por ser aquilo
que mais salta à vista. É um filme curto, de cerca de uma hora, mas é o
suficiente para a história ser contada, para nos conseguir tocar e para nos
apaixonarmos por todo o filme. É um filme feito em stop-motion, que à partida
não parece ter tido um orçamento muito grande, mas que o mesmo não deixa
transparecer isso pela qualidade e pela sua história. Os bonecos estão muito
bem feitos, muito bem pensados, com os olhos muito grandes mas muito
expressivos conectando-se mesmo com o espectador. E ainda uma paleta de cores e
de cenários fantásticos vibrantes para contrastar com as partes mais tristes da
história.
Mas claro, este é um filme que retrata uma realidade dura,
mas que quer passar a mensagem de que o sofrimento existe mas que tem de ser
ultrapassado e que com a ajuda das pessoas certas, sejam elas adultos ou
crianças, todas as situações podem ter um final feliz. Facto disso é o facto de
na história existir apenas um adulto, a tia de uma das crianças que tem uma
postura mais má, sendo que todas as outras acabam por querer o melhor para
aquelas crianças, proporcionando-lhes o melhor que a vida tem como a educação, as
viagens e as brincadeiras. Esta é uma história para crianças mas muito também
para adultos, porque conseguimos tirar dele muitos ensinamentos que só através
do olhar inocente de uma criança podemos ver. É um filme triste e melancólico
sim, mas acima de tudo é também um filme alegre, divertido, cheio de esperança
e carinho. E acima de tudo mostra-nos que a família nem sempre é a biológica, a
família é aquela que nos quer, que nos dá carinho, que se preocupa connosco.
Foi um filme que me tocou muito e do qual não me vou
esquecer tão cedo. É por isso um filme que recomendo.
Join the conversation!