Este era um dos filmes mais aguardados por mim dos nomeados
aos Oscars. Tinha gostado muito do trailer e ficado com a sensação de que algo
de especial estaria naquele filme. Depois claro todo o hype à volta dele fez
com que a minha curiosidade só aumentasse. E no fim, acabei por gostar muito do
filme, mas por não o ter adorado.
Alex Hibbert, Ashton
Sanders e Trevante Rhodes são os actores que habitam a mesma personagem durante
três fases da sua vida. Esta é a história de Chiron, primeiro como um menino
indeciso em busca de identidade, depois como um adolescente intimidado que
tenta lidar com a sua sexualidade e, finalmente, como um homem adulto.
Este é um filme sobre a auto descoberta de um menino negro
que vive num bairro problemático, com uma mãe drogada e com a descoberta de
ser homossexual. Ele vive uma vida de medo e opressão por todos os lados e é
na amizade com um traficante de droga que ele vai encontrar a força para
encarar o dia-a-dia. Nada é fácil neste filme e o mesmo não é sobre o dia de
amanhã que vai ser risonho. Não. A vida é difícil. Tem altos e baixos, mas nem
sempre o dia de amanha vai ser melhor e há que saber viver esse dia-a-dia.
Dividido em três capítulos, nós vamos acompanhar o Chiron em criança, em
adolescente e em adulto. E ao longo destas três partes nós vamos perceber como
determinados acontecimentos na vida dele o modificaram e o acompanharam para
sempre. Mais uma vez este é um filme simples em termos de narrativa, mas não em
termos da história que conta. Mais uma vez esta podia ser a nossa história e é
a história de muitos e isso aproxima o filme de nós. Neste filme o tema da
descriminação reside na homossexualidade do protagonista, que vivendo no seio
de uma família desestruturara não percebe bem o que lhe está a acontecer. Viver assim
fez com que as suas escolhas ao longo da vida fossem marcadas por todas as
falhas que ele sempre foi vivendo. As suas escolhas podem não ter sido as
melhores, o rumo que a sua vida levou foi sempre carregado pelo seu passado, e
vai sempre haver um sabor amargo por tudo aquilo que um dia podíamos ter vivido,
mas que a vida não o proporcionou.
Temos um filme com uma realização e uma fotografia
fantásticos, ao nos mostrar planos muito próximos ao actor, fazendo com que o
espectador sinta mesmo aquilo que ele está a sentir. E depois claro todas as
interpretações. Este não é um filme de elenco. São poucos os personagens que
nós acompanhamos. A história apenas se foca em três ou quatro personagens e por
isso é também mais fácil para o espectador se concentrar na interpretação que
está a ver. Os três actores que desempenham o papel de Chiron fazem-no de uma
forma espectacular. O Chiron criança vive na descoberta e no medo. O Chiron
adolescente começa a perceber como as coisas funcionam de uma forma bem
realista. E por fim o Chiron adulto já dono de si, mas com uma inocência muito
grande no olhar e ainda com uma grande vontade de ser amparado por alguém. A carência é aliás um dos pontos fortes deste filme, sentimento esse
experienciado por todos os personagens da história, tal como a mãe do Chiron
que se refugia nas drogas para suprir as suas carências.
Este é um filme forte e do qual eu gostei muito. Acima de
tudo gostei da mensagem que o filme nos transmite. Mas no fim senti que o
filme necessitava de algo mais, algo que me conseguisse arrebatar por completo. Ainda
não consegui bem perceber o quê, mas senti que faltou alí qualquer coisa para
que ele me arrebatasse mesmo. No entanto é definitivamente um filme que
recomendo muito pois é no seu todo um grande filme.
É dos filmes que mais quero ver. Deve ser bastante emocionante.
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