Este era talvez dos filmes nomeados aos Oscars de melhor filme
que menos curiosidade tinha para ver. Ah, mas como eu gosto de ser
surpreendida. Este é um filme muito bom, que me conseguiu surpreender mesmo e
que só vos posso recomendar.
Toby (Chris Pine) e
Tanner (Ben Foster) são dois irmãos do Texas que se reencontram após uma
separação de vários anos durante a qual se dedicaram a assaltar agências do
banco que ameaça executar a hipoteca sobre as terras da família. Para eles, os
assaltos fazem apenas parte de um esquema desesperado para recuperarem um
futuro que parecia perdido.
Estamos no Texas e somos confrontados com dois irmãos a
assaltar uma quantidade de bancos, de uma determinada cadeia de bancos e com um
determinado objectivo. Somos confrontados com uma América interior, decadente,
isolada, pobre, onde a ilusão de um sonho americano não os consegue enganar. E
este é o mote para este brilhante filme. Como disse não estava muito curiosa
com o filme, porque não gosto de filmes do Texas, por abordarem normalmente
temas que não me despertam qualquer tipo de curiosidade. E se não fosse este
estar nomeado aos Oscars eu provavelmente não o iria ver, apesar de ouvir muito
boas críticas à volta dele.
O filme começa de um forma violenta e com a história destes
dois irmãos, marcadamente texanos. São marcados pela cultura deles e são
interpretados por Chris Pine e Ben
Foster de uma forma brilhante. O filme não teria tido impacto nenhum em mim se
o mesmo não nos contasse a história destes dois protagonistas. Quando as razões
para aquilo tudo estar a acontecer nos são reveladas, quando vemos na prática, aquilo que o
sistema bancário americano faz com as pessoas, começamos a nutrir pela história
algum tipo de ligação, e apesar de o filme não ter uma história muito profunda
consegue agarrar o espectador ao ecrã, porque queremos saber como o mesmo
termina e qual será o desfecho para aqueles protagonistas. Mas este é um filme
caracterizado pelos pequenos pormenores, em contraste com a sua história base
simples. Gostei ver a história paralela dos dois polícias destacados
para resolver o caso, um homem à beira da reforma que não se quer conformar com
esse desfecho e um índio que tenta se enraizar na cultura americana, mas que
será sempre estigmatizado pela sua origem.
No fundo, o
que mais gostei neste filme foi a sua fotografia e a sua banda sonora. De
repente somos catapultados para as paisagens infinitas do Texas, com os seus
desertos a perder de vista e os campos sem ninguém que nos fazem perder
completamente o fôlego. Para além de uma banda sonora marcadamente da zona e
que nos embrenha completamente na história. Um filme que acredito que devem ver.
Possivelmente o filme mais sobrevalorizado na corrida aos Óscares. No ano passado o burburinho à volta deste "Hell or High Water" era tão grande que combati a ligeira aversão ao género e lá o vi. Fiquei sem perceber o porquê de ser aclamado pela crítica. A história não oferece nada de novo e o plot é bastante simplório, tendo em conta a temática. As personagens não são suficientemente cativantes para criar uma ligação com o espectador, pelo menos comigo. Enfim!
ResponderEliminarRicardo, The Ghostly Walker.
Concordo que o filme não é nada de extraordinário, mas confesso que gostei mais do que estava à espera, para um filme que é um pouco fora da minha zona de conforto..
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