Para o primeiro filme do ano desta rubrica escolhemos o
filme Chinatown. Nomeado aos Oscares no ano de 1975 estava a concurso com os
filmes: “The Conversation”, “Lenny”, “The Towering Inferno” e “The Godfather:
Part: II”, sendo este último o grande vencedor do ano. De todos os nomeados
neste ano, o Chinatown foi aquele que mais nos despertou a curiosidade e foi
esse mesmo que escolhemos. Confesso que estava muito curiosa para saber o que
ia achar deste filme e apesar de não o ter adorado, gostei muito dele.
Los Angeles, 1937. O detective particular J.J.
Gittes (Jack Nicholson) recebe a visita de uma mulher que acredita que o seu
marido, engenheiro-chefe do Departamento de Águas e Energia, tem uma amante.
Gittes logo descobre que a mulher era um embuste e encontra a verdadeira Evelyn
Mulwray (Faye Dunaway), filha de Noah Cross (John Huston), um dos homens
mais poderosos da cidade. O engenheiro aparece morto e Gittes, envolvido
com Evelyn, vê-se no meio de um perigoso jogo de poder, com muitos segredos e
mistérios.
Chinatown é um filme
neo-noir. Confesso que quando escolhemos este filme eu não era muito
familiarizada com esta categoria do cinema. Fui pesquisar e hoje sei que a
expressão de um filme noir foi utilizada pela primeira vez em 1946 por analogia
aos romances policiais da série noir. Normalmete eram filmes a preto e branco
e com a sua maior temática nos policiais. Algum tempo depois surge a categoria
de neo noir que é onde se insere o filme Chinatown, filmes já a cores e que
tentam revitalizar as características dos filmes noirs originais, mas
aprofundado a corrupção e as mulheres fatais.
Em Chinatown conhecemos
assim um detective privado, com bastante sucesso e que é procurado por uma
mulher que pretende saber se é traída
pelo seu marido. Rapidamente o detective Gittes começa as investigações e de um
dia para o outro descobre a solução para o pedido da sua cliente. O maior
problema é que no fundo ele não resolveu nada e percebe que está enfiado numa
embrulhada e num dilema maior que ele, que envolve uma empresa corrupta, uma
mulher encantadora, e um vilão muito poderoso. E foi disto tudo que eu gostei
neste filme.
Este não e um filme fácil de
se assistir, são duas horas de filme, todas elas em volta do caso abordado. Nele vamos assistir a uma boa investigação e vamos acompanhar de perto
tudo aquilo que o detectiva faz e utiliza para ir atrás do seu objectivo. Vemos
um homem ambicioso, perspicaz, inteligente e que apesar de sofrer alguns
contratempos não desiste de encontrar uma solução para o seu caso. Gostei também
de toda a aura do filme. Muito à semelhança dos filmes mais antigos a preto e
branco, este é um filme demorado, que se foca no problema em questão, quase
nunca abordando e explorando muito as personagens secundárias e esmiuçando ao
máximo o problema principal. Gostei muito da forma com a investigação se
foi desenrolando e acima de tudo do final surpreendente, que confesso não
estava muito à espera.
Gostei também da
interpretação de Jack Nicholson como o
detective. É um homem que se nota que se entrega de corpo e alma à sua
profissão de detective, tornando a personagem credível e levando o espectador a
viver esta experiência com ele. Os altos e baixos da investigação são vividos
com intensidade e sempre com a reviravolta de um detective que não descansa
enquanto não encontrar a verdade.
É um filme que tem como realizador Romam Polanski, realizador do filme O Pianista, filme esse que já assisti e do qual gostei muito.
Poderia-lhe apontar como
único defeito o facto de o mesmo ter duas horas de duração, quando poderia ser
mais curto, mas o que é certo é que mesmo sendo tão grande, ele não perde as
suas características, continuando a ser interessante. Por
isso é definitivamente um filme que recomendo.
Podem ver a opinião da Catarina aqui.
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