Veronica Roth é uma autora que gosto muito. Li a série
Divergente e gostei muito e por isso quando soube que ela ia lançar um novo
livro fiquei muito curiosa com ele. Tive a oportunidade de ir ao lançamento do
livro e desde aí que a curiosidade só aumentava, mas a falta de tempo não me
deixou pegar logo nele. Mas juntando a vontade de o ler a uma leitura conjunta
que surgiu sobre este livro e em Abril lá peguei nele. E confesso que gostei
muito daquilo que li.
CYRA é a irmã do
tirano cruel que governa o povo de Shotet. O dom-corrente de Cyra confere-lhe
dor e poder, que o irmão explora, usando-a para torturar os seus inimigos. Mas
Cyra é muito mais do que uma arma nas mãos do irmão; é resistente, veloz e mais
inteligente do que ele pensa. AKOS é filho de um agricultor e do oráculo de
Thuvhe, a nação-planeta mais gelada. Protegido por um dom-corrente invulgar,
Akos possui um espírito generoso e a lealdade que dedica à família é infinita.
Após a captura de Akos e do irmão, por soldados Shotet inimigos, Akos tenta
desesperadamente libertar o irmão, com vida, custe o que custar. Então, Akos é
empurrado para o mundo de Cyra, onde a inimizade entre ambas as nações e
famílias aparenta ser incontornável. Ajudar-se-ão mutuamente a sobreviver ou
optarão por se destruir um ao outro?
Quando peguei neste livro não estava à espera de ter gostado
tanto do que aqui encontrei. O mundo criado pela autora é fantástico, cheio de
criatividade e não muito distante do nosso. Todos os pormenores foram pensados
para nos agarrar à trama e para isso muito contribuiu a escrita da autora.
Narrado do ponto de vista dos personagens principais a Cyra e o Akos,
percebemos bem as dificuldades e os dramas porque ambos passam. Percebemos as
educações que ambos tiveram e aquilo que elas contribuíram para a construção do
carácter deles. Vivem num mundo cheio de ódio, onde a brutalidade contrasta de
uma forma gritante com a paz e isso é bastante visível no livro. Voei nestas
páginas porque elas são realmente viciantes e marcantes, só queria saber o que
vinha a seguir e como tudo ia terminar.
Fiquei bastante surpreendida com a construção das duas
personagens principais. Akos é criado na paz e é quando vê o irmão ser raptado
que o seu instinto de sobrevivência e do amor vai ser activado e ele parte para
um destino incerto e para um futuro terrível. Mas aí encontra Cyra e o seu
mundo muda, principalmente porque percebe que tudo aquilo que sempre aprendeu
sobre o povo inimigo poderá não ser assim tão verdade. Cyra é assim uma
rapariga que sempre viveu na violência e que acredita que só assim se consegue
governar, mas ao descobrir Akos percebe que esse não é nem pode ser o caminho.
São assim personagens fortes que vão criar laços na dor e na violência e em
cenários muito duros, esse é aliás um dos pontos fortes do livro. A violência,
e a violência gratuita é forte neste livro, e não apelando a ela como forma de
resolver conflitos acho que a mesma era necessária para ilustrar estas
personagens e este livro e acho também que se a autora não o mencionasse no
livro estaria a romantizar as questões.
As críticas à autora não se resumem só à violência, mas
estendem-se também ao racismo. Ao dividir o planeta em brancos e pretos e ao
colocar os brancos do lado da paz e os pretos do lado da violência muitos
olharam para isto de uma forma negativa. Confesso que apesar de perceber a
diferença de cores das pessoas através da leitura rapidamente esqueci esse
pormenor, que para mim é apenas um pormenor, porque a leitura vai muito além disso.
A autora, a meu ver, tentou apenas transmitir que existia uma diferença de
povos pela forma como eles eram vistos, porque sempre assim tinham sido
educados. De um lado o povo da paz e do outro os selvagens. Porque rapidamente
percebemos que quando Akos e Cyra se conhecem que percebem que as diferenças
estavam apenas e só nos pré-conceitos com os quais tinham sido educados. E essa
é uma boa analogia com a nossa vida muito bem utilizada neste livro.
Gostei imenso deste livro, da fantasia, do mundo criado, dos personagens, da escrita da autora e voei nestas páginas como já não me
entusiasmava com um livro há muito tempo. E estou muito ansiosa por saber como
esta história vai terminar no próximo livro.

A saga divergente foi uma leitura tão má (é a minha opinião) que tenho receio de me meter outra vez com a escritora xD
ResponderEliminarOlha dá uma oportunidade, pode ser que te surpreendas..
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